sexta-feira, 11 de março de 2011

Um amor de verão

               Ela sempre sentiu que faltava algo. 



Se conheceram em um típico dia de verão, onde o sol apino embeleza ainda mais o encantamento nítido naquela troca de olhares. Foram dias de aventuras, de descobertas, de sorrisos e encantos. Quem avistava aquele casal poderia jurar que foram feitos um para o outro, mas o inquietante coração de menina não se enganava, ela sabia que faltava alguma coisa. Os momentos eram bons, a companhia viciante, porém não eram completos, não eram suficientes, eram apenas tudo que tinha, tudo que acreditava apesar dos pesares. Mas como todo amor de verão, chegou a hora da despedida e junto a ela a promessa de trocarem, sempre cartas com forma de, mesmo distantes, estarem conectados.E assim foi cumprida, a doce menina, quase diariamente mandava as prometidas cartas, porém sem obter reposta  ela começava a se questionar se o que tanto faltava era a reciprocidade. Então quando suas esperanças iam se estinguindo, a resposta chegou e junto a ela o tal pedaço que faltava. A carta dizia:
        
Admirada Julie,
(in)felizmente suas cartas foram destinadas ao endereço errado, eu não sou o remetente para o qual você destina tanta dedicação e afeto. Nem ao menos sei como te ajudar a encontrá-lo. Meu nome é Estevan e sou completamente apaixonado pelo fascínio que exala de cada palavra da doce Julie, essa poetisa menina que me devolveu a esperança que eu havia perdido, que me devolveu a fé através de cartas entregues por engano. Não sei qual sentimento habita em você neste instante, se sentes mágoa, angústia por não poder manter contato com seu amor de verão, se o que predomina é a curiosidade de conhecer quem aqui te escreve ou um misto do dois. Mas a única certeza que tenho é que eu não posso lhe esclarecer o motivo pelo qual nossas vidas se cruzaram desta maneira, apenas posso lhe dar motivos para permitir que eu seja o alvo de todo seu amor.

                                                            Inexplicável e inevitávelmente seu admirador, Estevan.

Segundos depois de lê-la a campainha toca e Julie, ainda perplexa, caminha até a porta, que ao abrir revela um lindo homem que diz: Permita-me apresentar. Sou o Estevan, o homem disposto a completar tudo aquilo que lhe falta. Aquela menina sempre reclamou das peças que a vida pregava nela, sem nunca imaginar que seria grata a elas para o resto da vida. E hoje ela entende o que faltava, aquele amor de verão representou uma ponte, para tudo o que a faria feliz.

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